As juntas são necessárias para garantir o sucesso das obras de pisos industriais. A função primordial é facilitar os movimentos de retração e dilatação do concreto, além de permitir a transferência adequada de carga entre placas adjacentes.
Isso contribui para a conservação da planicidade, assegura a qualidade do piso e proporciona conforto durante o rolamento. Nos projetos da LPE Engenharia, as principais juntas são classificadas nas seguintes categorias:
- Junta de Construção – C
- Junta Serrada – S
- Junta de Encontro – E
- Junta de Dilatação – D
- Junta de construção metálica senoidal – CS
1) Junta de Construção – C
São as juntas construtivas de um pavimento. O espaçamento é influenciado pelo tipo de equipamento/método utilizado para adensamento e nivelamento do concreto, solução estrutural adotada, geometria da área e pelos índices de planicidade e nivelamento a serem obtidos.
As juntas de construção são executadas com auxílio de fôrmas de contenção lateral, que limitam as faixas/etapas de concretagem.
A Figura 1 apresenta uma seção típica de uma junta de construção com uso de barras de transferência, no qual é importante destacar a importância do posicionamento correto. Uma prática comum e extremamente inadequada consiste na retirada dessas barras durante o processo de acabamento do piso para facilitar a desforma. Essa ação tende a gerar vazios que prejudicam a transferência de carga.
2) Juntas Serradas – S
Um processo construtivo largamente utilizado atualmente prevê concretagens realizadas em longas faixas e limitadas na largura pelas juntas longitudinais de construção. Logo após o processo de acabamento do concreto, deve-se iniciar o corte das juntas de retração, também conhecidas como juntas serradas (Figura 2).
Indica-se que o corte tenha 1/3 da espessura da placa, conforme a Figura 2, que apresenta seção transversal típica. Isso porque este corte será responsável por induzir a secção completa da placa de piso em determinado alinhamento (efetivando o sulco como junta), sem que haja riscos de serragem da barra de transferência, que estará posicionada no centro da placa. Por isso, costuma-se dizer que juntas serradas são “fissuras planejadas”.
Uma grande dúvida das empresas que executam esse tipo de obra é a determinação do melhor momento de início do processo, que varia muito de acordo com o tipo de cimento, temperatura ambiente, relação água/cimento, tipos e dosagem de aditivos, ventos e outros fatores externos.
Podemos considerar como ideal, entretanto, que o corte seja realizado o quanto antes seja possível, desde que não seja observado o esborcinamento das bordas no momento da execução.
3) Juntas de Encontro – E
As juntas de encontro são essenciais para separar o piso de outras estruturas, tais como vigas baldrames, blocos de concreto, bases de máquinas, entre outras (conforme ilustrado na figura 3). Essa é uma premissa que permite ao piso se movimentar de forma independente em relação às demais estruturas presentes. Para garantir a livre movimentação horizontal da placa, de maneira independente das demais estruturas, são utilizadas chapas de materiais compressíveis (de baixa densidade, como o EPS) entre as estruturas e o piso, conforme representado nas figuras 3 e 4.
4) Juntas de Dilatação – D
A utilização da junta de expansão entre placas, também conhecida como junta de dilatação, não é usual para os pisos industriais. Mais aplicado em superestruturas de edificações, este detalhe construtivo é muito semelhante ao da junta de construção, porém projetada com determinado espaçamento inicial entre placas, que é promovido por material compressível, sendo usualmente empregado sistemas de neoprene como material de selamento.
Nos projetos de pisos industriais – normalmente em capeamentos de laje aderidos e/ou pisos sobre lajes – essas juntas são utilizadas sobre alinhamentos originais de dilatação da estrutura, conforme Figura 5. O espaçamento mínimo da abertura desta junta deve ser especificado pelo projetista da superestrutura, considerando a movimentação esperada.
5) Juntas de construção metálicas senoidais – CS
Neste conceito de juntas metálicas, temos uma linha de movimentação assimétrica e ondulada, no qual é possível utilizar o elemento metálico (que já possui elementos de transferência de carga) como forma do piso de concreto. Quando sujeita ao trânsito de empilhadeiras / equipamentos de roda rígida, apresenta apoio para as rodas a todo instante no decorrer da passagem, impedindo qualquer tipo de impacto e garantindo uma transição suave entre as placas do piso em concreto.
Este sistema tem como diferencial acompanhar as aberturas das juntas sem a necessidade de selantes para impedir a penetração de materiais. Torna-se uma boa opção para pisos com abertura esperada de até 25 mm.
AUTOR
Eng. Matheus Alves Monteiro | departamento de Obras da LPE Engenharia
